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Publicado em 25/06/2020 - 9:56 am em | 0 comentários

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Autopeças pedem dinheiro rápido

De La Tôrre: segmento também balançou neste ano, como de resto a economia

Autopeças pedem dinheiro rápido

Nelson Tucci

O setor automotivo hoje tem um nível de ociosidade de 60% no país. Se de um lado a produção de veículos novos teve alguns soluços neste primeiro semestre (chegando a parar quase 100% durante o mês de abril), os velhinhos continuaram rodando e, claro, precisando de peças de reposição. Entretanto, as viagens diárias ficaram mais curtas e a maioria das longas foi postergada; assim, apesar de manter as vendas, o nível caiu.

O The NPD Group, que opera em 21 países e está no Brasil desde 2016, calcula retração do volume de vendas no mercado de autopeças em 15% – comparando o primeiro quadrimestre deste ano com igual período de 2019. Note-se que aqui entram os meses de janeiro, fevereiro e a primeira quinzena de março, quando a pandemia ainda não estava oficialmente admitida e as lojas trabalharam normalmente.

“Peças de maior valor agregado venderam menos neste ano, assim como os reparos de funilaria estão menores. Com os automóveis rodando menos, também os motores fundem menos”, analisa Francisco De La Tôrre, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo (Sincopeças) e VP da FecomercioSP, em entrevista a Veículos & Negócios / Jornal Perspectiva. A entidade estima o mercado nacional em R$ 15 bilhões/ano (pelo menos até 2019).

No Brasil devem existir pouco mais de 70 mil lojas de autopeças (de variados portes), das quais 27 mil no estado de São Paulo – responsáveis por 180 mil empregos. Destas, 1.137 estão na Baixada Santista, com maior volume em Santos (428 lojas), Praia Grande (313) e Guarujá (116). “Hoje estamos focados na saúde das pessoas e é preciso cuidarmos dos protocolos”, comenta De La Tôrre. Na mesma batida do discurso das montadoras, diz que o momento de retomada precisa ser irrigado com dinheiro novo para os empreendedores: “Necessitamos de acesso ao crédito, mas com prazos e taxas suportáveis para o pequeno empresário”. Da base de 27 mil empresas atualmente 5% são associadas ao Sincopeças paulista, o que representa um terço do volume nacional.

De acordo com a pesquisa NPD no Brasil, as vendas unitárias encolheram 20% no primeiro quadrimestre, porém o reposicionamento de preços na distribuição compensou, ao menos parcialmente, o resultado do período, com aumentos médios de +7% nos preços da distribuição, chegando ao resultado de -15%. De um total de 14 categorias monitoradas mensalmente pela empresa de pesquisa, 13 tiveram queda de faturamento no período. A categoria dos produtos de “Suspensão”, a segunda mais importante em faturamento no Painel NPD, é composta por cinco subcategorias: Controle de Estabilidade; Suspensão Geral (bieletas, buchas, coxins, pivôs, suportes); Amortecedores de Tampa; Molas; e Suspensão Especial. As maiores quedas de faturamento absoluto em relação a janeiro/abril 2019 ocorreram nas subcategorias Controle de Estabilidade e Suspensão Geral.

Sobre o futuro, o presidente do Sincopeças espera um 2021 bem melhor. “Não gosto da expressão ‘novo normal’, porque o normal é um processo contínuo de ajustes”, arremata.

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