Edição 350Março 2024
Terça, 23 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 301 Fevereiro 2020

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Sonho concreto

Beschizza: “Opções de financiamento também se apresentam em formatações variadas, tendo como principal respaldo os juros baixos e oferta de crédito no mercado”

Sonho concreto

Ricardo Beschizza (*)

O sonho da casa própria é acalentado por milhões e milhões de brasileiros. O déficit habitacional que, infelizmente, só cresce, mostra o tamanho da missão que o setor da construção civil tem condições de abraçar, colaborando com a retomada do desenvolvimento, abrindo postos de trabalho e fazendo a economia girar.

Estamos vivendo um novo momento e aprendendo a conviver com uma taxa de juros baixa como há muitos anos não se via. Temos confiança que o desenvolvimento está sendo retomado de forma linear e não em “voo de galinha”.

Ressaltamos que no campo político, institucional e de reformas, ainda falta muito! As mudanças que já ocorreram começam a surtir algum efeito; entretanto, não podemos parar por aqui.

No setor da construção, os índices de otimismo entre os empresários, medidos mensalmente, só crescem. Novos empreendimentos são lançados e novos produtos, com intenção de atingir públicos específicos, estão surgindo conforme a necessidade do mercado imobiliário.

Opções de financiamento também se apresentam em formatações variadas, tendo como principal respaldo os juros baixos e oferta de crédito no mercado.

E é sobre esses pontos – taxa de juros e oferta de crédito – que gostaríamos de fazer algumas considerações.

Recentemente, as instituições bancárias, tendo na vanguarda a Caixa Econômica Federal, passaram a oferecer crédito imobiliário atrelado à inflação, fazendo com que o custo do financiamento para o tomador do empréstimo ficasse mais barato, acirrando ainda mais a disputa por um Brasil inteiro em busca de uma casa para chamar de sua.

Sabemos que essa “batalha” pelo consumidor final ainda terá novos capítulos, com a oferta de novas opções de financiamento, inclusive com taxas e parcelas pré-fixadas.

Os programas de incentivo à construção de moradias para a baixa renda, leia-se Minha Casa Minha Vida, dão sinais de que vão passar por reformulação em breve, devendo atender a população mais necessitada.

Acreditamos que com a economia mantendo-se estável, a indústria da construção conseguirá produzir as unidades necessárias para suprir o déficit habitacional.

Outro ponto que vale uma grande reflexão, dentro do próprio setor da indústria imobiliária, refere-se ao produto. O que construir? Onde construir? Quem vai comprar e com que tipo de recursos? Um grande exercício de futurologia; afinal, desde a compra do terreno até a entrega das chaves, são, em média, 4 a 5 anos.

Conforme sempre argumentamos, a renovação urbana traz uma série de benefícios que muitos não levam em consideração. Onde anteriormente existia uma casa ou um terreno, ao ser erguida uma nova edificação, onde recolhia-se em IPTU de apenas uma moradia, passa-se a arrecadar o referido tributo multiplicado pelo número de novas moradias que vão ocupar aquele terreno, trazendo recursos para o município que fará investimentos em educação, segurança, saúde etc.

A construção civil – seja erguendo moradias, nas obras de infraestrutura, comércio ou indústria – é, sem dúvida, uma das principais locomotivas que temos à disposição para fazer com que nosso país volte aos trilhos do pleno emprego e do desenvolvimento.

(*) Ricardo Beschizza é engenheiro civil, presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob).

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