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Publicado na Edição 329 Junho 2022

Santos FC/Divulgação

Pepe, o “Canhão da Vila”

José Macia, o Pepe: segundo maior artilheiro da história do Santos FC

Pepe, o “Canhão da Vila”

O ex-craque e treinador de futebol Pepe foi entrevistado pelo Programa Memória-História Oral em 24 de março de 2011, no Museu da Imagem e do Som de Santos. Em seu depoimento, Pepe nos conta sobre sua infância passada no Centro de Santos, onde nasceu, seus anos de juventude em São Vicente e sobre sua espetacular carreira como jogador do Santos Futebol Clube, além da sua experiência como treinador de vários clubes no Brasil e no exterior.

Pepe veio ao mundo em uma segunda-feira de Carnaval em sua própria residência, na Rua João Pessoa, no Centro de Santos. A mesma rua, na época chamada de Rua do Rosário, em que o Alvinegro da Vila tinha sido fundado 23 anos antes. Recebeu o nome do pai, José Macia. A família era originária da Espanha e lá José é conhecido como “Pepe”. Seu pai era chamado assim, e na infância nosso craque era tratado de Pepinho. Com o passar dos anos, ficou conhecido também pelo apelido do pai.

Aos sete anos de idade, em 1942, Pepinho se mudou com a família para a cidade vizinha de São Vicente. Com seu irmão, Mário, começou a praticar futebol nas equipes do bairro onde morava, o Comercial F.C. e o Mota Lima. Aos 16 anos Pepe jogava no infantil do São Vicente A.C. quando Cobrinha, o goleiro do time, que também defendia o infantil do Santos, o convidou para realizar um teste no Alvinegro. No dia 4 de maio de 1951 Pepe pisou pela primeira vez no gramado de Vila Belmiro, e foi aprovado pelo técnico Salu.

Com 403 gols marcados em 741 partidas, Pepe é o segundo maior artilheiro da história do Santos. Em 15 anos de clube (1954 a 1969) ganhou o apelido de “Canhão da Vila”, por seu fortíssimo chute de esquerda: a bola chegava a atingir uma velocidade de 122 km/h. Mesmo jogando com artilheiros natos, como Pelé e Coutinho, conseguiu marcar muitos gols com a camisa do Santos. Além de Pelé, apenas dois jogadores marcaram mais gols que Pepe por um único clube: Roberto Dinamite, pelo Vasco da Gama, que marcou 620 gols, e Zico, pelo Flamengo, que marcou 500 gols.

Em 3 de maio de 1969, diante de um público de 22.810 espectadores, Pepe deu adeus à carreira de jogador ao se despedir do torcedor santista com uma volta olímpica no gramado da Vila Belmiro antes da partida entre Santos e Palmeiras, vencida pelo visitante por 1 a 0. Nesse dia histórico, em que se despediu da torcida sem atuar, Pepe foi homenageado pela diretoria santista ao receber do presidente Athié Jorge Coury uma placa alusiva à sua passagem pelo clube, onde estava escrito: “Muito obrigado do Santos, da torcida e de todos os esportistas do Brasil”.

Como atleta do Santos Pepe conquistou 25 títulos oficiais, sendo 11 Campeonatos Paulistas, seis Campeonatos Brasileiros, duas Taças Libertadores da América, dois Mundiais Interclubes e quatro Torneios Rio-São Paulo, tornando-se o jogador com mais títulos por um único clube. Isso sem contar os inúmeros torneios conquistados pelo mundo.

Pepe possui uma longa carreira como treinador iniciada em 1969 nas categorias de base do Santos. Pouco tempo depois foi promovido a auxiliar técnico da equipe principal, e em 1972 assumiu o comando técnico da equipe principal pela primeira vez. Em 1973 dirigiu a grande equipe que conquistou o título paulista, o seu primeiro como treinador e o último da carreira do Rei Pelé. Como treinador, teve cinco passagens pelo Santos. Dirigiu o Alvinegro em 371 partidas, sendo o terceiro técnico que mais comandou a equipe praiana.

Assista o depoimento completo de Pepe no canal oficial do Programa Memória-História Oral no Youtube, através do link www.youtube.com/programamemoriahistoriaoral

Conheça o trabalho desenvolvido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos: acesse o site www.fundasantos.org.br

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