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Sexta, 19 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 288 Janeiro 2019

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A memória da cidade

Entrevistas estão à disposição para a consulta de pesquisadores e demais interessados

A memória da cidade

Criado em 2004, o Programa Memória – História Oral, da Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS), já entrevistou mais de três centenas de pessoas que tiveram uma participação efetiva nas vidas artística, cultural, política, social e esportiva da cidade.

O objetivo do Programa é preservar a história e memória de Santos por meio da produção e conservação de novos documentos, colhidos através de entrevistas e utilizando a metodologia da história oral.

A preocupação com a história e a memória da cidade se justifica pelo fato de Santos ter uma participação importante no desenvolvimento do estado de São Paulo. Atraídos pela riqueza gerada pelo porto, muitos estrangeiros se instalaram na cidade, e os que aqui ficaram foram aqueles que emigravam por conta própria para procurar emprego nas cidades mais ricas.

O maior grupo foi sempre de portugueses, seguidos pelos espanhóis e, em menor número, por italianos, sírio-libaneses e japoneses. Todos criaram instituições de cultura e beneficência, da qual a pioneira foi a Sociedade de Beneficência Portuguesa, fundada em 1859, seguida pelo Centro Español e Repatriación (1895), Real Centro Português (1895), Societá Italiana di Beneficenza (1897) e Sociedade Beneficente Syria (1904).

No esporte, desde o início do século XX, Santos marcou presença em quase todas as modalidades, tendo entre seus esportistas campeões paulistas, brasileiros, sul-americanos e mundiais. Nas áreas artística e cultural, a cidade contribuiu e ainda contribui com diversos artistas talentosos.

As mais de 300 entrevistas realizadas com diversas personalidades durante a existência do Programa da FAMS estão classificadas em oito áreas: Artes e Cultura, Diversidade Étnica, Educação, Esportes, Política, Porto, Sindical e Social, e estão à disposição para a consulta de pesquisadores e demais interessados.

Com vocação para tudo e para todos, a história oral procura o respeito às diferenças, facilitando a compreensão das identidades e dos processos de suas construções narrativas. Busca, ainda, recuperar parte da “aura” da arte de contar, perdida, segundo o pensador alemão Walter Benjamin, devido ao declínio de uma tradição e de uma memória comuns, que possibilitavam a existência de uma experiência humana coletiva, ligada a um trabalho e um tempo compartilhados em um mesmo local.

Para Benjamin, o narrador – ou, no caso da história oral, o entrevistado –, “figura entre os mestres e os sábios, pois pode recorrer ao acervo de toda uma vida (uma vida que não inclui apenas a própria experiência, mas em grande parte a experiência alheia. O narrador assimila à sua substância mais íntima aquilo que sabe por ouvir dizer). Seu dom é poder contar sua vida; sua dignidade é contá-la inteira”.

Conheça o trabalho desenvolvido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos: acesse o site www.fundasantos.org.br

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