Edição 350Março 2024
Sábado, 20 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 306 Julho 2020

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E agora?

Depende muito da empatia e da preocupação de todos com o coletivo

E agora?

Ricardo Beschizza

Novo normal, velho normal, pandemia, pós-pandemia. Vivemos um novo tempo, no qual a fragilidade da humanidade foi exposta pela disseminação globalizada da covid-19. Os erros e acertos das autoridades, sejam elas de qual esfera são, acabaram evidenciadas muito pela necessidade de sobrepor opiniões e atitudes, independente de avaliações do bem comum e do bom senso.

Acontece, porém, que estamos agora em uma espécie de “purgatório”, também conhecida pela alcunha de flexibilização das atividades. O mais interessante nesse período está nas definições das regras: pode isso, não pode aquilo, abre duas horas, fecha, reabre depois… do período que permanece aberto, deve fechar ou isolar para limpar durante o parco período de expediente. Ditames que às vezes não fazem sentido algum.

Dentro de todo esse quadro e cenário de realidade, existem pessoas, existem famílias, que precisam comer, morar, estudar, cuidar da saúde, da segurança e de uma série de outras necessidades que todos nós já sabemos. Fazer a economia voltar a girar acaba sendo o ponto. A necessidade básica para que possamos sobreviver a essa tormenta de escala jamais vista.

Vivemos em uma região que precisa unir forças e interesses para seguir em frente. Precisamos criar uma consciência coletiva para retomada da economia local. Quantas vezes, muitos de nós, em vez de comprar determinado item na loja da esquina, não pegou o carro e foi a São Paulo? Lembram quando muitos podiam viajar e fazer compras no exterior? Se quisermos continuar respirando, precisamos consumir aqui na nossa região, gerando renda e postos de trabalho.

Com a economia girando, nosso setor voltará a construir, empregar e gerar tributos em todas as esferas. Não basta apenas haver taxa de juros baixas e linhas de crédito convidativas, se não há quem tenha condições de encarar as parcelas de um financiamento imobiliário.

NESTA retomada da economia, ou desse novo normal, se é que vale a pena usar esses termos, depende muito da empatia e da preocupação de todos com o coletivo.

Acabamos, mesmo que por necessidade, tendo um exemplo positivo nesse sentido quando procuramos continuar consumindo nos restaurantes de nossa preferência, mesmo que por delivery, e resgatando a importância do pequenos comércios locais (minimercados, mercearias e quitandas) que atendem nossas necessidades pontuais, sem grandes deslocamentos ou idas sem propósito a grandes comércios que, pela natureza de suas atividades, sempre geraram aglomerações.

Queremos muito ver nossa região prosperar e voltar a crescer. Quando tudo isso passar, não podemos jamais esquecer as lições que irão ficar, pois as cicatrizes serão profundas e impossíveis de apagar. Só com união, senso coletivo e de que todos precisam cuidar de todos, conseguiremos caminhar em busca do bem comum. Classe política, entidades representativas e cidadãos unidos para fazer girar nossos comércios e serviços.

Ainda este ano, teremos eleições municipais, um pleito diferente de todos que já vivemos, mas que, com certeza, será uma excelente oportunidade para discutir o tema e trabalharmos unidos pela economia local. Esperamos que todos os candidatos (a prefeito ou a vereador), bem como a sociedade assumam esse compromisso.

Ricardo Beschizza é engenheiro civil e presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob).

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