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Sábado, 20 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 326 Março 2022

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Moradia popular com qualidade

Projetos diferenciados na capital paulista por meio de PPP

Moradia popular com qualidade

2.760 apartamentos serão construídos na cidade de São Paulo, especificamente nos bairros da Mooca e Anália Franco, a partir de concepções arquitetônicas, urbanísticas e de paisagismo diferenciadas, principalmente no que tange aos padrões verificados em moradias populares. São unidades com até 53 m², voltadas às famílias com faixa de renda entre um e seis salários, que têm enquadramento nos programas habitacionais da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab).

“Os projetos realmente diferem do que estamos acostumados quando falamos de habitação popular”, explicam os arquitetos da Consultoria Ambiental Paisagística (CAP), Elaine Biella e Sidney Linhares, autores do projeto paisagístico dos empreendimentos na Mooca: “A qualificação da área se dará, por exemplo, com a proposta de plantar árvores nativas em detrimento das exóticas, o que é positivo do ponto de vista ambiental, e com a criação de um circuito guiado com identificação das espécies mais significativas, com objetivo de educação ambiental para crianças e adultos”.

Os projetos de implantação, fachadas e interior dos empreendimentos têm no paisagismo um diferencial importante. Em um dos complexos serão plantadas 96 árvores e doadas duas mil mudas, como compensação de impacto ambiental, além do aproveitamento da vegetação de maior porte, o que determina a proteção das edificações em relação ao ruído urbano.

Conforme os paisagistas, trata-se de preservar e aperfeiçoar áreas verdes, respeitando o espaço a partir das expectativas dos moradores da região e inserindo equipamentos como bancos, mesas de jogos de tabuleiro e até brinquedos com múltiplas atividades: “E, nas áreas privadas, ampliamos espaços e buscamos criar uma integração com as áreas externas dos condomínios para estimular o convívio e melhorar a qualidade de vida”.

Os condomínios terão infraestrutura de serviços por edifício, como área comercial no térreo e para os moradores conjunto de elevadores, área para delivery, salão de festas, jardim, playground, área externa para convivência. “É importante entender que os imóveis são subsidiados e as pessoas têm aspirações e merecem morar muito bem”, acrescenta

“Pensando no morar contemporâneo, inclusive a partir da pandemia, ficou evidente a importância de um espaço destinado ao trabalho e ao estudo no interior do apartamento”, diz a sócia da Piratininga Arquitetos Associados, Renata Semin, da equipe que desenvolve projetos de empreendimentos da Teen Imobiliário, responsável pelas unidades na Zona Leste de São Paulo. Também arquiteto e sócio da Piratininga, João Paulo Tavares Beugger aponta que a qualidade da arquitetura com diversidade de tipologias e o uso público dos espaços privados se faz por meio dos jardins e das lojas no térreo dos edifícios.

O projeto arquitetônico e paisagístico para os apartamentos populares se tornou realidade graças à parceria público-privada (PPP) municipal de habitação, com foco em erguer 25 mil moradias em diferentes regiões da cidade. O processo de implantação da PPP se caracteriza pela utilização dos terrenos públicos bem localizados, mas que estão subutilizados; pela eficiência do processo construtivo; preservação ambiental e modelagem de financiamento facilitada.

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